sábado, 25 de fevereiro de 2012

Damien Jurado - Maraqopa



Damien Jurado já é uma das grandes figuras da cena alternativa, o que prova o bem sucedido e extenso catálogo, que conta com belos e variados álbuns, como Rehearsals for Departure, puramente folk indie de mais pura qualidade, ou I Break Chairs, onde Jurado empunha guitarras distorcidas, se aproximando de seu passado punk. Mas é em Maraqopa que ele potencializa suas criações ao máximo, o que faz deste o melhor título lançado na sua carreira. O disco acaba por ser uma seqüência de seu último álbum, Saint Bartlett, que ele põe vários conceitos e formas que atingiram ao pico agora.



Maraqopa é uma coleção forte de músicas bem variadas que, devido às suas formas, detalhes, arranjos, trazem em cada faixa um banho especial e gostoso em forma de música. Ele tem um equilíbrio difícil de encontrar, todas as músicas são acima da média e tem seu quinhão de brilhar os olhos. A começar por “Nothing is the News”, que já evidencia o nível de experimentações sonoras através de arranjos e solos muito bem pensados e postos em prática, tanto é que é a mais longa do álbum, com cinco minutos e meio. Já “Life Away From the Garden” passa para um ambiente indie-folk com um coro infantil respondendo os versos cantados por Jurado, muito bonito. A faixa título do álbum, “Maraqopa”, bem delicada no violão com arranjos pontuais, tem uma das melhores letras e melodias do trabalho, “we are echoes God creates in the shade”



O clima geral do disco é agradável, tocante e romântico, como o prova “This Time Next Year”, que tem uma batida meio samba, e uma letra belíssima. Num álbum tão equilibrado, é difícil escolher uma melhor, mas é igualmente difícil não escolher “Reel To Reel” de tão irresistível. A textura e o ambiente criado, cheio de arranjos, no qual a cada vez que você ouve, mais detalhes passados despercebidos anteriormente, aparecem.



“Working Titles” segue com qualidade, uma canção que flui tranqüila e agradável, com o fluxo da letra indo muito bom, trazendo a inquietação do autor “i have questions that lead to more questions”. “Everyone a Star” é a com clima mais melancólico do disco, com um órgão acrescentando ainda mais a tensão. “So On, Nevada” e “Mountains Still Asleep” aparecem ainda como destaques.

Maraqopa é o álbum onde Jurado conseguiu juntar suas melhores características, transformando-se no seu melhor trabalho até hoje. E tendo sido lançado no ano em que marca 15 anos do lançamento do seu primeiro disco, Waters Ave S., é um alívio ver Jurado com tanto vigor e criatividade renovada como ele se apresenta aqui.

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