terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Mark Lanegan - Blues Funeral



Álbum surpreendente de Mark Lanegan, Blues Funeral. Ao mesmo tempo, é um avanço natural do seu último disco, Bubblegum, de 2004. Mas, apesar do longo espaço de tempo entre os lançamentos, uma coisa que Mark Lanegan não fez foi ficar inativo. Nesse ínterim ele participou colaborativamente de álbuns com Queens Of The Stone Age, The Twilight Singers, The Gutter Twins e Isobel Campbell. E essa característica de amizade e colaboração mútua, transparece em Blues Funeral, que tem a participação de Jack Irons (ex-Pearl Jam), Greg Dulli (Gutter Twins) e Josh Homme (QOTSA), além de ter sido gravado pelo multi instrumentista Alain Johannes. Todo esse conjunto com certeza contribuiu muito para a variedade de sons e estilos presentes no álbum, além, claro, da característica imprevisível de Lanegan. Mas não importa a forma, o conteúdo é sempre sombrio, que carregada com a voz sinistra de Lanegan, faz parecer que você está ouvindo a própria Morte cantando.



Blues Funeral tem de tudo, desde de Stone rock do Queens Of The Stone Age à faixas totalmente década de oitenta, com seus sintetizadores e bateria típica. É, de certa forma, um álbum que desafia o ouvinte diante da pluralidade do artista. E muitos poucos artistas hoje em dia pode tomar várias formas como Lanegan tomou em Blues Funeral. “The Gravedigger's Song”, com a voz de Lanegan quase gutural e com uma guitarra bem pesada e “Bleeding Muddy Water” já são um tratado de boas vindas à sombra. Ao mesmo tempo que canta músicas assim, ele vem com “Deep Black Vanishing Train”, delicadíssima balada, penúltima faixa do disco e “Phantasmagoria Blues”, bem melancólica. E a épica “Tiny Grain Of Truth”, com ótimos arranjos variados nos seus mais de sete minutos.



Tem também aquelas que Josh Homme ajuda a empunhar uma guitarra e detona tudo em principalmente “Riot In My House” e “Quiver Syndrome”, esta última bem que poderia se encaixar perfeitamente no Songs For The Deaf, do Queens Of The Stone Age, álbum que Lanegan participou efetivamente. Mesmo com as diversas facetas que Mark Lanegan usou durante sua carreira, passando por grunge, folk, gospel, indie, blues, é impossível segurar a surpresa de ver uma faixa como “Ode to Sad Disco”, como diz o título, uma ode a um Disco triste, que apesar de ter uma melodia e refrão muito bons, o som oitentista e cheio de sintetizadores assusta um pouco, assim como “Harborview Hospital”. Ambas, depois do susto passado, são boas, mostrando que poucos são capazes de fazer uma mudança assim e continuar bom.

E afinal é a isso que se resume Blues Funeral, depois de tantos anos sem o álbum solo e tendo participado de vários projetos paralelos, Blues Funeral acaba por ser uma ótima compilação de todas as faces de Lanegan.

Um comentário:

  1. riot in my house e quiver syndrome são fodas demais... totalmente qotsa mesmo =~~~ e até que curti um pouco aquela "disco" anos 80!

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