segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

of Montreal - Paralytic Stalks



Já há vários anos Of Montreal parece ter se perdido nas insanidades artísticas de Kevin Barnes, seu líder. O último álbum de impacto foi Hissing Fauna, Are You the Destroyer?, de 2007. No decorrer dos anos, Of Montreal mudou muito de estilo, o que tornou a banda muito imprevisível. Mas eu ainda tinha esperança de que alguma coisa interessante poderia surgir das viagens insanas de Barnes. Nesse sentido, fiquei desapontado com Paralytic Stalks, novo álbum da banda lançado esta semana.

Havia saído antecipadamente duas músicas do novo álbum do Of Montreal, foram “Dour Percentage” e “Wintered Debts”, cada uma causando uma agradável sensação. A primeira no estilo mais animado e dançante e a segunda aparecendo como uma viagem épica psicodélica muito boa.



Portanto, sendo um álbum pequeno, com apenas nove faixas, das quais duas já foram conhecidas e muito boas, com certeza o álbum vai seguir esse caminho, certo? Errado. O caminho de Paralytic Stalks é que não há caminho. O disco tem até bons momentos, apesar de nenhum genial. “Gelid Ascent”, música de abertura, demora um pouco para começar de fato, mas quando começa surpreende e mantém uma intensidade muito forte até o final, além de ser muito bem tocada, cheia de arranjos e corais pela música. “Spiteful Intervention” começa com os eletrônicos, mas mesmo assim ainda chega a ser interessante. O vocal de Kevin Barnes passa por vários tons. “Malefic Dowery” chega a melhorar, com alguns arranjos tipo de flautas, acústica no violão e Barnes cantando uma melodia diferente e as duas já citadas anteriormente.



O problema é que o estilo confuso que Barnes decidiu colocar em Paralytic Stalks e que até, com esforço, estava dando pra acompanhar, simplesmente se perde completamente. A mudança freqüente de melodias e tons, ao contrário de dar brilho, deixa as músicas sem formas e cheio de sons indistintos, principalmente nas duas últimas faixas, “Exorcismic Breeding Knife”, de quase oito minutos e “Authentic Pyrrhic Remission”, de exaustivos treze minutos, que apesar de ter ouvido vários vezes Paralytic Stalks, ainda não consegui decifrar o que é isso, de fato.

Paralytic Stalks é a prova que está na hora de Barnes passar um retiro e talvez se reinventar, pois o que ele colocou pra fora dessa vez está meio sem rumo.

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