segunda-feira, 26 de março de 2012

The Shins - Port of Morrow



The Shins estreou em 2001 com seu ótimo álbum Oh, Inverted World. O mundo viu em James Mercer um grande compositor e The Shins acabou se transformando numa promessa de super-banda, status que ganhou mais força após o lançamento do segundo álbum da banda, o também muito bom Chutes Too Narrow, em 2003. Levou quatro anos para The Shins lançarem o terceiro álbum, Wincing The Night Away, que, apesar do sucesso comercial, demonstrou uma banda mais frágil que os antecessores. Agora a espera foi ainda maior, entre os projetos paralelos de James Mercer e problemas internos da banda, que foi totalmente reformulada, sendo Mercer o único integrante original, fazendo The Shins a banda de James Mercer. Cinco anos se passaram e finalmente podemos ouvir Port Of Morrow, quarto álbum de uma banda no décimo primeiro aniversário do trabalho de estréia.



E o que James Mercer prova agora é que não importa os longos cinco anos de hiato, nem um grupo de músicos novos. The Shins parece totalmente renovado, com um som ao mesmo tempo clássico e moderno, fazendo Port of Morrow o álbum mais forte do The Shins desde Chutes Too Narrow. É como se Mercer tivesse decidido em tomar as rédeas novamente do futuro de uma banda muito promissora, que por algum tempo ficou perdida entre o espaço e o tempo.

Port of Morrow é divertido e gostoso de ouvir, mas em momento algum simples, como se poderia supor ao se deparar com o título do primeiro single e uma das melhores faixas do disco “Simple Song”. Praticamente todas as músicas são cheias de arranjos e detalhes coloridos escondido sobre as estruturas tradicionais do pop, como, por exemplo, a própria “Simple Song”, uma das melhores. Quanto aos destaques, estes são muitos e nos mais variados estilos.



Começa com “The Rifle’s Spiral”, com um ritmo bem legal e animado, mas é com a sequência a partir da segunda faixa é que o negócio começa mesmo. “Simple Song” é grandiosa e conquista desde a primeira audição. Aqui já se pode perceber os detalhes nos arranjos, em pequenos solos de teclado ou efeitos tímidos, mas que fazem a diferença no conjunto. Segue com uma balada muito bonita “It’s Only Life”, bem melódica que se potencializa com os tons da voz de Mercer. “I've been down the very road you're walking now, It doesn't have to be so dark and lonesome”. Com “Bait and Switch” volta a ficar mais animado, com os arranjos voltando a se destacar.



“September” é simplesmente irresistível, em todos os sentidos. A música é suave e gostosa, dá até para fechar os olhos e ouvir com o sorriso no rosto. A melodia é bela e a letra é talvez a melhor do disco que vale a pena colocar o refrão: “I've been selfish and full of pride And she knows deep down there's a little child But I've got a good side to me as wellAnd it's that she loves in spite of everything else”

O restante do álbum não consegue manter o mesmo nível de qualidade, mesmo que as outras faixas ainda tenham os seus méritos, como “No Way Down”, mesmo com a viagem new wave, tem um refrão muito bom. “For A Fool”, no estilo baladinha com um refrão com letra inusitada “taken for a fool, Yes i was, because i was a fool”. E “40 Mark Strasse”. A última faixa realmente interessante é “Port of Morrow”, com um clima psicodélico e onírico que encaixou muito bem com a voz de Mercer, que de fato nem sei se é ele mesmo cantando nas estrofes, parece uma voz feminina.

Port of Morrow é por fim um álbum digno de The Shins. James Mercer está focado e se divertindo como nunca. Só dá um pouco de raiva dele por ele ter demorado cinco anos para nos entregar essas músicas.

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