segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Melhores Álbuns de 2015 - Parte I



Iniciaremos hoje a já tradicional lista de Melhores Álbuns do Ano. Você verá que, pela primeira vez, o protagonismo que antes era do rock/indie, representado sempre pelo grande número de álbuns escolhidos na lista, foi compartilhado esse ano com o blues. Como sempre, a lista reflete tudo de mais interessante que foi lançado e ouvido no ano e mesmo que tenha sido um ano corrido, muitas vezes sem dispor de tempo suficiente para escrever todas as resenhas que gostaria ter escrito, foi o bastante para fechar a lista de 50 melhores álbuns. Com certeza, desde o início da lista, em 2011, a lista de 2015 será a mais heterogênea de todas, já que neste ano eu transitei mais confortavelmente por vários estilos. Não podia deixar de recordar da morte do Rei do Blues, B. B. King, em 14 de maio, que sem dúvida marcou profundamente o mundo musical em 2015. Então vamos parar de enrolação e comecemos logo com a lista.

O Filho do Blues apresenta, por fim, a vocês, a Lista de Melhores Álbuns de 2015:

40. Neil Young And Promise of the Real - The Monsanto Years


O ano chegou ao fim com uma boa notícia para os ativistas do meio ambiente. O acordo fechado na COP21, na França, na última semana, traz momentos de esperança de que os líderes mundiais realmente estão vendo a mudança climática como um problema sério. Um dos ativistas mais ferrenhos e “chatos” nessa luta é o velho-jovem Neil Young, que decidiu direcionar toda sua “chatice” e raiva para um único inimigo no álbum The Monsanto Years: o agronegócio, alteração genética, e empresas como Wal-Mart, Chevron, Citizens United e outras. Juntando-se a uma nova banda, a Promise of The Real, musicalmente Neil Young viajou tanto pelo rock cru de Crazy Horse quanto pelo folk melódico solo. Mas o que sobressai mesmo de Monsanto Years é a mensagem e a relevância dessa mensagem para o mundo. É a denúncia do sistema corporativo global, que compromete a democracia e os sistemas políticos em nome dos interesses econômicos e a degradação do meio ambiente. É Neil Young raivoso e mordaz.




41. Steve Earle – Terraplane



Não dá pra chamar Steve Earle exatamente de um cantor de blues, mas em Terraplane é basicamente isso que ele faz, mesclando um pouco ainda com outros gêneros da música americana. Mas claramente o foco é o blues e Steve Earle, apoiado pela banda The Dukes, consegue ser bem convincente nessa aventura musical.




42. Jackie Payne - I Saw The Blues


Jackie Payne tem moral suficiente para dizer “I Saw The Blues”. E esse testemunho, de quem começou a cantar com treze anos, é o que ele faz no novo álbum, com um blues refinado, cheio de metais, e de qualidade, cheio de referências clássicas da temática do blues, como  festas, bebidas, mulheres, etc. Blues autêntico e de primeira.





43. Tinsley Ellis - Tough Love




Tinsley Ellis é mais um guitarrista que dialoga com o pop/rock, R&B, soul e o blues, criando um som profundamente enraizado na música americana. Cada música apresenta uma variação interessante, dentre de um gênero específico. Um dos destaques sem dúvida é “Midnight Ride”, um blues no qual Ellis mostra todo seu talento na guitarra.





44. Hans Theessink & Terry Evans - True & Blue



Essa dupla fez um ótimo trabalho em True & Blue, nos entregando um blues acústico e do Delta de primeira qualidade, cheio de covers com versões bem diferentes das originais, como “Glory Of Love”, “Bourgeois Blues”,  “Maybellene” e composições originais.





45. Sufjan Stevens - Carrie & Lowell




O novo album de Sufjan Stevens, Carrie & Lowell, é emoção do início ao fim. Trata da relação familiar entre Stevens e sua mãe, que faleceu em 2012 e com seu padrasto. As músicas, num folk simples e melódico, conseguem representar um sentimento de amor, perda, conflito, de uma relação conturbada, mas profunda. Um dos mais belos e genuínos trabalhos do ano.




46. Shemekia Copeland - Outskirts Of Love




A filha do guitarrista de blues Johnny Copeland, Shemekia Copeland vem construindo independentemente uma carreira sólida e com álbuns interessantes sem precisar se valer do nome que carrega. Com uma voz poderosa, Shemekia viaja entre o soul, gospel e o blues de forma natural como poucas.  Outskirts of Love é mais um forte registro dessa ótima cantora.





47. Belle & Sebastian - Girls in Peacetime Want to Dance




A cada novo lançamento Belle And Sebastian dá mais um passo adiante no eletrônico e dance. Mas, em Girls In Peacetime Want to Dance, a banda brilha exatamente quando se parece mais com ela mesma, como na maravilhosa “Nobody’s Empire”.




48. Robben Ford - Into The Sun




Eclético álbum de Robbert Ford, Into The Sun traz vários convidados especiais que transitam pelo blues, soul, pop e rock. Um deles é Keb Mo’, que canta com Ford na faixa “Justified”






49. Bernard Allison - In The Mix




O filho de Luther Allison mostra em alguns momentos de In The Mix que herdou no sangue o talento para a guitarra. Entre covers, inclusive de seu pai, e originais, os melhores momentos do álbum é quando ele deixa fluir todo esse talento no blues direto e sem muitas maquiagens modernas, como “Set Me Free”.





50. The Decemberists - What A Terrible World What A Beautiful World




Abrindo a lista com The Decemberists, que, embora um pouco aquém do nível dos trabalhos anteriores, ainda tem What a Terrible World What a Beautiful World ainda dispõe de alguns traços épicos clássicos da banda, como em “This is Why We Fight”.




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